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16 de Abril de 2024
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    MARCOS DA COSTA REPUDIA DECLARAÇÕES QUE DEPÕEM CONTRA A IMAGEM DOS ADVOGADOS

    O presidente em exercício da OAB SP, Marcos da Costa, divulgou nesta quinta-feira (25/10) Nota Pública repudiando as declarações feitas pelo historiador Marco Antônio Villa, à TV Cultura. Villa afirmou: “No Brasil sempre tivemos a ideia de que quem está no poder pode fazer o que quiser. Pode roubar que ele contrata um advogado caro e ele está livre. Esse advogado é aquele que tem boas relações no tribunal que o político vai ser julgado e ele acaba livrando aquele político. E fica elas por elas. Ou você tem um banco, frauda, faz gestão fraudulenta, contrata também um bom advogado e está livre. (...) Nós temos de colocar de novo como pilares da república a ética e a moralidade e acabar com essa história de contratar um advogado que é sócio indireto do corrupto porque ele recebe honorários fabulosos de dinheiro desviado público”.

    há 11 anos

    Presidente: "Tais afirmações denotam, ainda, desconhecimento sobre a missão do advogado"

    NOTA PÚBLICA

    A OAB SP repudia, veementemente, as afirmativas do historiador Marco Antônio Villa sobre o papel exercido pelos advogados na defesa dos cidadãos. É inadmissível que um professor tenha uma visão tão distorcida sobre o direito de defesa e o contraditório. Na verdade, as referidas declarações prestam um desserviço ao Estado Democrático de Direito porque ignoram o papel do advogado no tripé da Justiça, insinuando que há uma espécie de compadrio entre advogados e magistrados e, pior, insinuando haver uma “sociedade indireta do advogado com o corrupto”.

    O advogado exerce múnus público ao assegurar a todos os cidadãos o respeito aos seus direitos e garantias constitucionais, dentro do devido processo legal. As afirmativas desarrazoadas do historiador deixam subentender, até mesmo, que defende a negativa ao direito de defesa de acusados, direito este assegurado pela Constituição Federal a todos, sem exceção, independentemente do delito que lhes seja atribuído, por ser inerente aos regimes democráticos.

    A visão do historiador confunde a figura do advogado com a de seus clientes. Sem dúvida, a corrupção provoca reações de inconformismo, mas sua imputação não pode excluir do acusado o seu direito à defesa.

    Tais afirmações denotam, ainda, desconhecimento sobre a missão do advogado que é de pugnar pela defesa dos direitos de seus patrocinados e buscar um julgamento justo, a despeito das acusações que recaiam sobre os mesmos ou da dimensão do clamor público contra os atos que praticaram. O advogado sabe mais do que qualquer outro profissional os males que a intolerância pode acarretar.

    Certamente, o professor Villa pode - assim como todos devem fazê-lo - criticar e discorrer sobre os prejuízos que a corrupção causa ao país; mas não pode colocar no mesmo patamar os advogados que instrumentalizam a defesa e os acusados desse gravíssimo delito. Durante a Revolução Francesa, os advogados foram banidos para agilizar os julgamentos e levar mais cabeças à guilhotina. No Brasil de hoje, não podemos cogitar sobre tal prática. Vivemos em um Estado Democrático de Direito, onde o exercício da advocacia é pleno e não poder ser vilipendiado.

    São Paulo, 25 de outubro de 2012.

    Marcos da Costa

    Presidente em exercício da OAB SP

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/marcos-da-costa-repudia-declaracoes-que-depoem-contra-a-imagem-dos-advogados/100146425

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